Bem vindos!!!!!!!

Preparem-se para conhecer um mundo diferente, um lugar onde qualquer pensamento será validado, desde que respeitemos o direito de todos, acreditemos que o impossível é possível. Venham, olhem, critiquem, reflitam, aproveitem, pois esse espaço não é pra ser individualizado. Vamos fazer algo coletivo!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

COMFORTABLY NUMB

COMFORTABLY NUMB

Hello,
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home?
Come on now
I hear you're feeling down
I can ease your pain
And get you on your feet again
Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts?

There is no pain, you are receding
A distant ship smoke on the horizon
You are coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb

O.K.
Just a little pin prick
There'll be no more aaaaaaaah!
But you may feel a little sick
Can you stand up?
I do belive it's working, good
That'll keep you going through the show
Come on it's time to go.

There is no pain you are receding
A distant ship smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
I have become comfortably numb


CONFORTAVELMENTE ANESTESIADO

Olá!
Há alguém aí dentro?
Apenas acene com a cabeça se você consegue me ouvir
Há alguém em casa?
Vamos, vamos, agora
Ouço dizer que você anda deprimido
Posso aliviar sua dor
Pôr você em pé de novo
Relaxe
Precisarei de alguma informação primeiro
Apenas os fatos básicos
Você poderia me mostrar onde dói?

Não há nenhuma dor, você está recuando
Um navio distante soltando fumaça no horizonte
Você só está sendo captado em ondas pelo receptor
Seus lábios se movem mas não consigo ouvir você
Quando era criança, tive uma febre
Minhas mãos me pareciam dois balões
Agora tenho essa sensação mais uma vez
Não consigo explicar, você não entenderia
Não é assim que eu sou
Me tomei confortavelmente anestesiado

OK
Apenas uma picadinha de agulha
Não haverá mais aaaaaaaah!
Mas você poderá se sentir um pouco enjoado
Você consegue se levantar?
Acredito mesmo que esteja funcionando, bom!
Isso o fará agüentar fazer o show
Vamos, está na hora de irmos

Não há nenhuma dor, você está recuando
Um navio distante soltando fumaça no horizonte
Você só está sendo captado em ondas pelo receptor
Seus lábios se movem mas não consigo ouvir você
Quando era criança,
Vi de relance
Pelo cantinho do olho
Me virei para olhar mas tinha ido embora
Não consigo detectá-lo agora
A criança cresceu
O sonho acabou
E eu fiquei confortavelmente anestesiado

domingo, 13 de dezembro de 2009

VERDADE


A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.


Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.


Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.


Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.


(Carlos Drumommond de Andrade) 

Não se mate


Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.


Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão


O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, praquê.


Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor, no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.



(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um relacionamento... Fim!

Esta noite as coisas estão estranhas, ele já não consegue mais falar como antes. As pessoas estão diferentes, e ele um pouco assustado. Porquê de ter tantas coisas acontecendo em sua vida. Esta noite ele estava meio apreensivo, quando então o telefone tocou e veio a voz daquela pessoa, que outrora era a sua amada. Ele atendeu o telefone com a voz tremula. E do outro lado a pessoa começou a lhe perguntar como ele estava.


 - Olá tudo bem? O que tem feito?
 - Eu tenho trabalhado... E me preparado para mais desafios, e você?
 - Eu tenho feito o mesmo, e por isso quero falar com você.
 - E o que queres falar comigo?
 - Você acha que tem algo estranho em nosso relacionamento?


Esta pergunta foi um tiro certeiro entre seus olhos e invadiu o seu cérebro como uma bala certeira e penetrante. Tirou-lhe toda a sua vitalidade naquele momento. E como um cadáver ele desmoronou. Colocou a mão na cabeça, sentou-se em seu sofá velho, olhou para os lados e enfim... Continuou a ouvir a pergunta que foi repetida mais uma vez.


 - E então... Você acha que tem algo de errado em nosso relacionamento?
 - Não acho nada, por que me perguntas isso?
 - É que há algum tempo percebo que não estamos mais em sintonia. As coisas não estão mais andando como no início, e eu não quero te magoar.


A frase foi o tiro de misericórdia... Ele desabou no sofá e começou a chorar feito uma criança. Ele não conseguia ter palavras para nem mesmo questionar o que estava acontecendo... Simplesmente, chorava. Ele parecia não ter consolo. Se perguntava o porquê aquilo estava acontecendo, e logo depois de tantos anos de relacionamento. Uma mulher como aquela era difícil de se conseguir... Mas estava acontecendo com ele, e ele não tinha ação para enfrentar toda aquela situação.


 - Está aí ainda?
Sim estou... Presencialmente... Mas estou. Ainda tem algo?
 - Sim... Eu não estou me sentindo bem em estar do jeito que estamos, e estou disposta a viver de outra forma. Quero estar bem e que você esteja bem. E a melhor forma de estarmos bem é ficarmos sós.
 - Só? Acha que estarei melhor só que com você? Então, na tem mais nada a fazer... Estarei aqui caso queira conversar pessoalmente.
 - Não! Por favor, não queira deixar as coisas mais difíceis do que já estão.


E então o telefone desligou, e ele ficou lá parado, olhando para a aquele teto de laje pré-moldada, sem reboco e com fios passando para todos os lados. Na sala tinha um sofá velho, uma cadeira de madeira e um raque antigo com a tampa de vidro quebrada. A Tv estava quebrada, e ele se lamentava, e chorava inconsolávelmente. Mas enfim... Era o fim que tinha chegado. E ele perceberá que um dia as coisas voltarão a ser como era antes e ele terá uma boa vida! Pois este fim representa um começo, o começo de um novo momento. Ele sofre, ela também, mas ambos ficarão bem... (Pelo menos é o que se espera).

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Espera!

Este quarto está apertado... Nada mais me agrada. O que posso fazer se o que quero não posso ter? Hoje é mais um dia, estou andando de um lado para o outro, e quem está ao meu lado? O vento, este me cerca totalmente, até no espaço mais improvável, lá está o ar a me cercar. O que posso fazer se não tenho o que quero?
Esta noite está mais escura e o quarto mais quente (um calor infernal). Não consigo dormir. O suor me escorre pela nuca, e nada de acontecer o que quero. Quero ter uma coisa, só uma e nada mais. Mas parece ser impossível, pois a há muito nada me satisfaz. Que loucura é essa? Não sei o que fazer. Quero tanto o que quero, parece que não vou mais parar de querer. Me jogo para um lado, me empurro para o outro, e nada de o sono chegar. Amanhã... terei que acordar cedo, mas não consigo dormir. O quarto está me sufocando... O que mais tenho a esperar? Minha imaginação não é a mesma, parece que perdi aquele solo fértil que brotava idéias, parece que nada mais brota neste terreno. O que está acontecendo?
Mas então... Como sempre espero, vou ter que agüentar, pois em mais dia ou menos dia, mais hora ou menos hora, sei que o que espero acontecerá. E toda essa minha angustia a pena valerá. Ah! Se, vai... Valerá!
Olho pela janela, as luzes estão acesas, o céu está sem nuvens, às estrelas esforçam-se para se mostrarem (algumas não conseguem), mas sei que o céu está estrelado. O cheiro da rua inunda minhas narinas e esse medo de não conseguir o que quero. Essa aflição que me persegue.
Mas superarei, pois tudo o que estou passando valerá a pena. Um dia as coisas hei de melhorar, e quando melhorarem, sorrirei de tudo isso que agora me ocorre. Será uma gargalhada tão aliviada, que quem ver não entenderá nada.
Doce presença que me persegue, quero muito que tu estejas comigo, quero muito, muito mesmo. Faço de tudo por você meu filho. Essa minha espera, sei que será recompensada!

Jackson Caetano
Em: 01 de dezembro de 2009