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Preparem-se para conhecer um mundo diferente, um lugar onde qualquer pensamento será validado, desde que respeitemos o direito de todos, acreditemos que o impossível é possível. Venham, olhem, critiquem, reflitam, aproveitem, pois esse espaço não é pra ser individualizado. Vamos fazer algo coletivo!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Super-Tição


É noite, e ele se pergunta no que fará. Está deitado em seu sofá velho, assistindo uma TV mal sintonizada num programa qualquer. Precisa pensar no que vai fazer para pagar as contas e o aluguel atrasado, mas ele não é um qualquer. Ele tem uma missão. Então ele se levantava, vai ao banheiro para tomar um banho (aquele ambiente mal iluminado e cheirando a mofo). Coloca uma calça dessas de capoeirista e suas pulseiras herdadas de sua avó e sai pela rua.
A rua onde ele mora está deserta, ele se preocupa, pois em qualquer canto da cidade pode acontecer algo. Ele tem inimigos, e esses não estão muito afim de encontrá-los pela rua. Ele é uma ameaça aos negócios ilícitos. Ele não é popular na cidade, muitos não sabem que existe, mas se perguntam o por que tanta gente sendo deixada na frente de delegacias implorando para não voltar para as ruas. Parece que esse cara tem o dom de convencer as pessoas a não fazer coisas erradas.
Nunca foi para uma academia, mas desde pequeno joga capoeira com seus amigos. Com essa arte ele conheceu meio mundo (Austrália, França, Espanha, Itália, Califórnia e muitos outros países). Mesmo assim não era um grande super herói. Trabalhava feito um burro e mesmo assim as contas às vezes acumulam. Mas esse não é o caso, afinal ele está na rua e é nesse momento que se sente livre.
Então ele passa pela avenida suburbana (todos sabem que não é seguro andar por lá pelas tantas, mas ele não se importa, afinal tem suas pernas). De repente entre os seus devaneios ouve umas risadinhas. São dois caras que querem intimidá-lo, mas isso não o preocupa. Os caras então o chamam. -Ei maluco... Gostei de suas pulseiras! (está aí uma coisa que ele não gostava, entre as coisas que menos gostava essa era a principal. O desrespeito ao seu amuleto dado pela sua avó).
Ele se vira e pergunta: - O que você falou?
Os caras repetem e então do nada recebem uma voadora em seus peitos. Eles não esperavam e muito menos o Super-tição esperava que estivessem armados. E estavam. Só que como já havia dito, as pulseiras o protegiam e ele se sentia seguro.
Ouve-se disparos. Seis no total, os caras acha que o atingiram, se aproximam os dois (talvez esse tenha sido o pior erro deles). Quando então do chão mesmo ele os derruba com uma rasteira. Eles caem com as costas no chão, sem tempo para sacarem as armas novamente. E apanham, apanham como nunca tinham sido surrados. Ele não sossego enquanto não os deixa quebrados. Daí vira para os  bandidos e fala:
-Nunca mais desrespeite alguém que está simplesmente andando.
Os caras se perguntam quem ele é, e por que não o acertaram se tinham mirado em seu peito. Mas ele diz que aquilo não foi nada e que esperava não encontrá-los na rua tão cedo.
Continua a andar, pega um pernoite e cruza a cidade. Quer se distrair, e perceber que a noite a cidade está mais silenciosa, e mais bela. Sem toda aquela agonia do dia, com todo o movimento de uma cidade grande. Chega à Ondina e senta-se na praia. Mas a noite não acabou. Ele está cansado pela luta anterior, mas sabe que há muito por vir, pois um super herói nunca descansa. Lembra das histórias que já leu e continua sua jornada a procura de ação... Afinal ele é o "Super-Tição"!

Jackson Rodrigues Caetano
Em 23 de outubro de 2009